Somos o 8º maior poluidor plástico do mundo. E agora?

O Brasil ocupa a 8ª posição entre os maiores poluidores plásticos do planeta, sendo o único país sul-americano nesse ranking preocupante. Produzimos mais de 11,3 milhões de toneladas de resíduos plásticos por ano, mas reciclamos apenas 1,28% desse volume. Isso significa que mais de 10 milhões de toneladas acabam em aterros, lixões ou diretamente no meio ambiente.

Estima-se que o Brasil descarte cerca de 3,44 milhões de toneladas de resíduos plásticos no mar anualmente. Esse volume inclui sacolas, garrafas, canudos e embalagens diversas, afetando gravemente os ecossistemas marinhos e a biodiversidade.

Por que reciclamos tão pouco?

Apesar de sermos o quarto maior produtor de resíduos plásticos do mundo, o índice de reciclagem no Brasil é extremamente baixo. Apenas 6,4% dos municípios brasileiros possuem programas oficiais de reciclagem, e mais de 70% da população não separa adequadamente os materiais recicláveis.

Além disso, a coleta seletiva é realizada majoritariamente por catadores informais, que são responsáveis por cerca de 90% do material reciclado no país. No entanto, esses trabalhadores enfrentam condições precárias e baixa remuneração.

O custo invisível do plástico

Um estudo da WWF revelou que o custo de vida útil de um quilo de plástico pode chegar a US$ 150 em países de baixa e média renda, como o Brasil, devido aos impactos ambientais, de saúde e econômicos. Esse valor é oito vezes maior do que o custo em países de alta renda.

Iniciativas que fazem a diferença

Apesar dos desafios, algumas iniciativas têm mostrado resultados positivos:

• Fishing for Litter: Projeto que remunera pescadores para coletarem lixo plástico no mar, melhorando a renda e a saúde ambiental das regiões costeiras.
• Green Mining: Startup brasileira que emprega catadores com salário mínimo e direitos trabalhistas, promovendo a reciclagem com rastreabilidade e dignidade.
• Parcerias com cooperativas: Empresas como a marca de calçados sustentáveis Veja têm colaborado com cooperativas de catadores para transformar garrafas PET em tecidos para calçados, promovendo a economia circular.

O papel das empresas e consumidores

A responsabilidade pela redução da poluição plástica é compartilhada. Empresas devem investir em embalagens sustentáveis, como as biodegradáveis e compostáveis, e adotar práticas de logística reversa. Consumidores, por sua vez, podem optar por produtos com menor impacto ambiental e apoiar marcas comprometidas com a sustentabilidade.

Conclusão

A posição do Brasil como um dos maiores poluidores plásticos do mundo exige ações imediatas e coordenadas. Investir em infraestrutura de reciclagem, valorizar o trabalho dos catadores e promover a educação ambiental são passos essenciais para reverter esse cenário.

A mudança começa com cada um de nós. Vamos juntos construir um futuro mais sustentável.